No Brasil a corrupção, pública e privada, é detectada somente quando há escândalo – amantes, jornalistas, caseiros ou alguém que expos a situação ou quando há milhões de dólares envolvidos, e não porque houve um processo de auditoria. Os países que tem o menor índice de corrupção são os que têm o maior número de auditores e fiscais formados e treinados. O Brasil, país com um dos mais elevados índices de corrupção, tem um numero de auditores muito pequeno e não estimula a reciclagem e aprimoramento da equipe de auditores existentes e muito meno estimula o crescimento da equipe.
Para o Brasil ser comparado aos países que hoje são exemplos em auditoria como a Australia, seria necessário uma focar na formação e capacitação de milhares de fiscais, auditores internos, auditores externos, conselheiros de tribunais de contas, fiscais do Banco Central, fiscais da CVM e analistas de controles internos para poder combater a corrupção.
A principal função do auditor é criar controles para inibir fraudes e a corrupção, e não de somente fiscalizar as fraudes, fatos após terem ocorrido. Para eliminar a corrupção teremos de direcionar rapidamente verbas para formação de fiscais para fazermos parte de um país que não dependa de dedos duros ou genros que botam a boca no trombone, e sim de profissionais competentes com uma ética profissional elaborada.
Salários de acordo com a função e valorização social são os requisitos básicos para todo sistema funcionar, mas no Brasil estamos pagando e falando mal de nossos fiscais e auditores existentes e nem ao menos treinamos nossos futuros auditores. Como hoje além de termos poucos auditores no Brasil, pagamos salários baixos aos nossos auditores públicos e fiscais têm o que provavelmente é uma das razões do crescimento da corrupção. Como o custo da auditoria é muito grande para ser pago pelo cidadão individualmente, essa é uma das poucas funções próprias do estado. Tanto a auditoria como a fiscalização, que vai dos alimentos e segurança de aviões até os direitos do consumidor e os direitos autorais.
O capitalismo remunera quem trabalha e ganha, mas não consegue remunerar quem impede o outro de ganhar roubando. Não serão as CPI’s, nem os códigos de ética que irão resolver o problema da corrupção no Brasil. Precisamos da vigilância atuante para combater e controlar possíveis fraudes e corrupções, exatamente como acontece nos países considerados honestos e auditados. Portanto, o Brasil não é um país corrupto. É apenas um país pouco auditado.
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