domingo, 12 de junho de 2011

Mercado de Trabalho. Escassez de gente qualificada. Por, Adriana Ielmini.



Nos últimos anos, o forte aquecimento da economia impulsionou a demanda por trabalho no Brasil. A taxa de emprego caiu de 10,5% (dez/2012) para 5,3% (dez/2010). Se por um lado, essa queda mostra o intenso progresso brasileiro na última década, por outro, expõe problemas sérios como escassez de mão de obra qualificada. A insuficiência de oferta qualificada de trabalho é fruto de um sistema educacional falido e atrasado. O problema é que não estamos falando apenas da falta de doutores e mestres, mas também da quantidade insuficiente de pessoas qualificadas para trabalharem em setores como da construção civil que exige baixa instrução.

O ensino público brasileiro continua sofrendo com a falta de recursos e com a gestão ruim por parte do Estado brasileiro. Ainda é comum escolas sem professores, com infra-estrutura precária e com material escolar de baixa qualidade e/ou em falta. Nas faculdades, o quadro é melhor, mas não existem vagas suficientes para todos. O resultado disso é uma massa de jovens que ingressa no mercado de trabalho sem qualificação suficiente para atender as necessidades do futuro empregador.

Essa situação é agravada já que o ritmo acelerado de crescimento da economia faz surgir gargalos em todos os setores e não apenas nos segmentos demandantes de mão de obra mais especializada. Um exemplo clássico é o da construção civil, que é altamente demandante de trabalho, mas que não exige uma alta qualificação. Ele também vem sofrendo com a baixa oferta de mão de obra. O governo vem tentando expandir, sem muito sucesso, a quantidade de cursos profissionalizantes como uma tentativa de reduzir essa carência.

Ao contrário de outros países, como a Coréia do Sul, que optaram por uma reforma do sistema educacional e com o desenvolvimento focado em setores de alta tecnologia, o Brasil manteve uma educação precária e um desenvolvimento ainda muito dependente de produtos primários. O fato é que o Brasil paga o preço de anos de abandono do sistema educacional, especialmente, o público.

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